segunda-feira, 20 de julho de 2009

ITÁLIA - PÁTRIA DISTANTE

Província Autônoma de Trento (Trentino)
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História da Imigração de Rio dos Cedros/SC
Brasil

Era o ano de 1874.
Em Mattarello, um grupo de 15 famílias, depois de organizadas e instruídas pela Direção da Colônia de Blumenau, através do Comendador Joaquim Caetano Pinto Júnior, encarregado da emigração trentina pelo Vale Itajaí, resolveu sair de sua querida terra, aceitando o convite que lhe fora feito. Completavam o grupo 12 famílias aliciadas nos arredores de Trento.
Levavam consigo apenas seus pertences pessoais: roupas, utensílios domésticos, livros devocionais, ferramentas e objetos comuns. As propriedades imobiliárias foram deixadas para os filhos casados que lá ficaram, ou vendidas por pouco dinheiro, devido ao entusiasmo e à pressa de viajar. Confiantes nas promessas que lhes foram feitas, cheias de esperanças no porvir, acenaram o último adeus à sua terra de Mattarello, em demanda da nova pátria.
Blumenau deveria ser a sua meta, a sua nova Mattarello. O embarque dessa primeira leva se efetuou no porto de Trieste, num navio a vapor, em dezembro de 1874. Depois de um mês de viagem, o navio atracou no porto de Itajaí/SC, em fins de janeiro de 1875, e seus passageiros se dirigiram imediatamente para Blumenau, por via fluvial. Acomodadas as famílias em barracos para esse fim, os homens de Mattarello, partiram logo, subindo o rio Itajaí-Açu, entrando depois pelo rio Benedito, até Timbó. Daí para frente, caminharam a pé pela estrada Pomeranos Santo Antônio.
Era a primeira leva de imigrantes trentinos que pisava a terra de Rio dos Cedros. Eles saudavam a nova Pátria, a sua nova Mattarello, entre lágrimas de alegria e profunda emoção. Elevaram seus braços para os céus, repetindo seguidamente: "Grazie, ò Signore!... Sia lodato il tuo santo nome! Grazie!..."
Traziam consigo apenas foice, machado, facão, serrote, enxada, espingarda, martelo e pregos, sementes doadas em Timbó, alguns utensílios de cozinha, um pouco de roupa, farinha de polenta e nada mais. Os demais pertences familiares ficaram depositados em Blumenau e só seriam trazidos para "Pommernstrasse" nas suas novas residências quando viessem as famílias que lá ficaram.
Muitos desses homens, embora pobres, em Mattarello tinham uma casa para morar, alguma coisa para comer. Agora, aqui nada tinham. Tudo era diferente, mas não desanimaram e auxiliavam-se mutuamente na esperança de um futuro melhor. Cada um tinha sua terra e isso já era muita coisa.
De acordo com o gosto, uns escolheram os morros, outros as planícies.Assim cada um tomou posse da colônia que escolhera. Iniciava imediatamente a derrubada do mato, construía uma pequena moradia feita de ripas de palmitos, calafetada de barro e coberta de folhas largas, chamadas guaricanas, encontradas na floresta.
Sua cama era uma armação de paus trançados com cipós. Preparada uma pequena roça, regressava em seguida a Blumenau para trazer a família. Começava dessa maneira a nova vida de um povo, sem aquele conforto prometido que esperava encontrar, sem recursos, constantemente ameaçado pelas feras e pelos índios, munido unicamente de coragem e boa vontade de vencer e melhorar o seu futuro.
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Lotes ocupados pelas primeiras famílias trentinas em "Pommernstrasse" -
POMERANOS SANTO ANTÔNIO - RIO DOS CEDROS/SC
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Imigrantes com número do lote ocupado:

53.Angelo Tafner, 54.Eugênio Uber (filho mais velho de Francesco Uber), 55.Antonio Nardelli, 56.Francesco Uber com o filho 56a.Mansueto Uber, 57.Antonio Slomp (Toni Grota), 58.Beniamino Moratelli, 59.Francesco Perini Jr, 60.Francesco Perini, 61.Segismondo Nardelli (Mondele), 62.Giovanni Baptista Bertoldi, 63.Domenico Bertoldi, 64.Giovanni Baptista Bonati, 65.Domenico Piseta (Saltaro), 66.Domenico Piseta II (Veccio Pensa), 67.Domenico Baldessari, 68.Frederico Fritz, 69.Bortolo Andreatta, 70.Pietro Marchetti, 71.Antônio Sevegnani (Cinci), 72.Giovanni Felipi (Nane Sciopetero), 73.Andrea Zatelli, 74.Giacinto Dalmonico, 75.Domenico Carlini, 76.Domenico Tomazini, 77.Giovanni Battista Baldessari, 78.Antonio Tomasini, 79.Erminio Stinghen, 80.Giovanni Dalpiaz, 81.Cristofolo Dalpiaz, 82.Luigi Dematè, 83. Giovanni Dalpiaz, 84.Celso Stinghen, 85.Ambroggio Girardi, 86.Celeste Dalpiaz, 87.Virgílio Felippi, 88.Giovanni Dalpiaz, 89.Giovanni Odorizzi, 90.Giovanni Bardini, 91.Andrea Campregher, 92.Pietro Felipi, 93.Fiorenzo Zatler, 94.Paolo Mattedi, 95.Giovanni Trentini, 96.Antônio Bortolini, 97.Nicolao Tecila, 98.Antônio Pradi, 99.Angelo Bortolotti, 100.Giorgio Zatler, 101.Tomazo Vicenzi, 102.Emmanuelle Zatler, 103.Lazaro Domenico Pedron, 104.Guglielmo Zatler, 105.Antonio Giovanella, 106.Emmanuelle Bortolini, 107.Angelo Ferranza, 108.Emilio Leitempergher, 109.Giuseppe Taís, 110.Bortolo Furlani, 111.Damiano Lenzi, 112.Giovanni Giovanella, 113.Cristoforo Mengarda, 114.Giuseppe Giovanella, 115.Antonio Giampiccolo, 116.Domenico Vicenzi, 117.Domenico Pedrelli, 118.Angelo Lenzi, 119.Domenico Trisotto, 120.Zacaria Lenzi, 121.Angelo Fattore, 122.Chigliano Paoletto, 123.Antonio Lenzi, 124.Domenico Tomaselli, 125.Isidoro Mengarda, 126.Antônio Molinari, 127.Antonio Berti, 128.Elia Dall'Agnolo, 129.Angelo Cattoni, 130.Antonio Zanghellini, 131.Francesco Bortolotti, 132.Ignacio Trisotto, 133.Abramo Moltrea, 134.Armenio Zanghellini, 135.Domenico Bridarolli, 136.Palmiro Mengarda, 137.Emmanuelle Gareia, 138.Giovanni Evangelista Ropellato.


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Tributamos eterna homenagem a esses bravos guerreiros e heróicos desbravadores.

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ELES JAMAIS SERÃO ESQUECIDOS.
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